Carol Sertório, mais conhecida como Carol Narizinho, é ex-panicat e lutou durante muitos anos para quebrar o estigma de símbolo sexual. Em entrevista para a revista Quem, ela conta sobre as experiências machistas e o uso de anabolizantes para manter o “corpo perfeito”.
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“Sempre quis quebrar esse preconceito que as pessoas, principalmente as mulheres, tinham em relação a minha imagem por eu ter trabalhado de biquíni e ser ex-panicat. Eu já estava sete anos fora da TV, mas ainda recebia ataques em redes sociais e até de repórteres que tinham essa visão machista de me ver como uma mulher objeto e gostosa, que é burra”, contou ela.
Depois que participou do reality A Fazenda, sentiu impactos positivos na carreira. “Saí com uma imagem muito positiva de lá, passei quem eu sou realmente. Consegui mostrar uma outra Carol e conquistar o público feminino, que não gostava de mim, tirando essa imagem que sou apenas uma mulher sensual. Não sou só isso, tenho muitos outros atributos”, disse.
“As pessoas, às vezes, não sabem porque eu comecei como panicat. Foi a forma que eu encontrei de mudar a realidade da minha família e conseguir espaço. Sou muito grata à oportunidade que o programa me deu”, acrescentou Carol.
Apesar disso, ressaltou o cunho machista do programa. “Na época, a gente não via dessa forma. Hoje o público evoluiu muito e a gente consegue olhar para trás e ver o quanto era machista. Sofri muito machismo no programa e nas matérias que eles pediam para a gente fazer”, contou
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E, com isso, também contou o assédio que sofria nos bastidores. “Muitas pessoas julgavam que toda assistente de palco era garota de programa (…) Muitas pessoas com cargos maiores tentaram me comprar de alguma forma. Tentavam me convencer a fazer tal coisa, convidavam para vinho… Diretores davam algumas indiretas de coisas que poderia fazer para conseguir algo melhor, mas nunca me submeti a isso.”
De acordo com Carol, como panicat, havia grande pressão para ter o corpo perfeito. Carol e as outras meninas eram avaliadas e humilhadas semanalmente pela direção do programa.
“Tinha muita pressão para ter o corpo perfeito. Toda semana antes de entrar no ar, o diretor ia no camarim, apontava os nossos defeitos na frente uma da outra, dizia quem estava gorda, com celulite… Uma vez, ele me falou, na frente de fãs, que eu estava com celulite e que a minha bunda estava cheia de buraco. Já o vi humilhar meninas por ter estrias ou por estar com o cabelo feio”, contou.
Por conta da cobrança, chegou a fazer dietas restritas e usou anabolizantes. “Entrei em muitas neuras. Comecei a fazer dietas absurdas, que me deixaram traumatizadas. Antes do Pânico, também fiz uso de anabolizantes porque queria o corpo dos sonhos. Carrego até hoje os danos no corpo. A voz modificou, tive muita queda de cabelo, excesso de suor e espinhas. Meu joelho doía pelo excesso de carga que eu pegava”, disse ela.
Hoje em dia, adota hábitos mais saudável e deixou uma mensagem de empoderamento. “A mulher pode ter celulite e estrias, mas vai ser bonita do mesmo jeito… Esses padrões de beleza de antes caíram por terra. Tanto é que hoje não faço mais dietas, apenas costumo comer saudável. No fim de semana, me permito tomar meu vinho e comer a minha pizza porque não tenho mais essa cobrança pelo corpo perfeito”, finalizou Carol.
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